Castrojeriz – Melgar – Leon

Amanheceu o dia no Albergue de Sant Stebam em Castrojeriz, o joelho estava muito inchado e doendo muito. Nesse dia o hospitaleiro Paco me levou até a cidade de Melgar a uns 50 k  de Castrojeriz , para que eu pegasse o ônibus até Leon. Isso já era por volta das 11:50 minutos , parei em um bar e comi um sanduba de Hamon e um Isotónico chamado Aquarius (feito pela Coca Cola). Junto comigo estava me acompanhando um chineisinho que também estava hospedado no albergue , porem o destino dele era continuar o caminho por Leon. Pegamos o ônibus as 12:30 minutos com destino a Leon, a viajem foi muito tranquila e a distancia era de aproximadamente 145 kilometros. Cheguei a Leon por volta das 14:25 minutos sendo que até o momento o meu objetivo era pegar um ônibus a Ponferrata e depois para Sarria. Cheguei a comprar a passagem porem eu iria chegar em Sarria as 21:50 min e talvez eu não iria conseguir albergue para dormir. Imediatamente fui cancelar o bilhete e paguei 4 euros por isso. Ouvi e um peregrino que ele estava terminando ali o seu caminho devido a uma lesão, sendo que ele iria pegar um ônibus para Madri. Isso mecheu muito comigo e imediatamente tomei a decisão de dormir em Leon para pegar o ônibus no dia seguinte para Sarria. Fui para o albergue e lá bateu uma grande angustia e o joelho começou a doer muito . No albergue pessei muito em toda essa minha jornada e a cada momento vinha em minha mente o que o Hopitaleiro MAU me falava em castrojeris: “ Trombini, o caminho não é a quantidade de quilômetros que você anda mais sim o quanto você aprende em cada passo dado.” . Isso a cada momento batia forte em minha cabeça e no meu coração. Entrei na internet e comecei a fazer uma pesquisa dos ônibus que partia para Madri. A hospitaleira do Albergue de Leon me informou que também havia o trem para Madri e o tempo era no máximo de 2:30 hrs da companhia RENFE. Entrei na internet e tentei fazer uma reserva para o dia seguinte com o destino a Madri, porem na hora de passar o cartão houve um problema de conexão e não tive êxito na operação. Isso já era por volta das 18:30 hrs e ai a hospitaleira me disse para ir até a estação de trem que a mesma fechava as 21:00 hrs e eu poderia comprar a passagem antecipada para o dia seguinte. Então fui até a estação de trem que ficava uns 2,5 k do albergue. Até lá fui pensando muito na decisão que eu tomará e a angustia começou a ser trocada por uma sensação de esperança e euforia , meu joelho ainda apresentava dor e tudo isso começou a pesar muito e principalmente com uma sensação de dever cumprido até aquele ponto percorrido no caminho. Comprei a passagem de trem para Madri custou 44 euros com partida para as 9:30 minutos e com o bilhete na mão voltei para o albergue pensando na minha decisão e com certeza foi a mais prudente e racional que fiz. Agora o desafio seria conseguir antecipar a passagem do dia 24.07 para aquele dia  com a TAM, mas isso seria um problema a ser resolvido no dia seguinte. Ainda no albergue comecei os preparativos para a minha viagem no dia seguinte, sendo que a primeira coisa que eu tinha que fazer era lavar a minha bota porque estava imunda.   Perguntei  a hospitaleira se ela tinha uma escova para eu esfregar a botina toda suja, e ela me informou que não tinha mas iria da um jeito para conseguir algumas coisa semelhante  e fiquei esperando. A hospitaleira conseguiu uma toalha e algo parecido com uma palha de aço . Com isso pude da uma boa lavada em minha bota e deixa-lá um pouco apresentável para a viagem do dia seguinte. Arrumei a minha mochila e separei aquilo que eu considerava como as melhores roupas para viajar, separei um bermuda uma camiseta amarela da FAST CORREDORES , uma cueca em bom estado e limpa e um par de meia soquete sem uso até o momento. Dentro do meu quarto havia 02 americano e um alemão e que graças a Deus não roncavam  e pode me proporcionar um descaso digno. Abaixo segue algumas fotos desses acontecimentos.



O Cara de barba é o Maurício apelidado de "Mau" que esta caminhando a 25 anos e hoje é hospitaleiro itinerante e o do meio é o sósia do Fernando Alonso da Ferrari




Albergue de Catrojeriz




Hora de levanta acampamento




Esse Paco o hospitaleiro do albergue de  Castrojeriz




Albergue de Leon



Arena de Touradas em Leon

Olhe o Fusca e o Fiat 147 em Leon , isso e verídico



Praça do Albergue de Castrojeriz



Entrevista à Rede Amigos da Cultura

De Hornillos del Camino a Castrojeriz

 Sai 6:00 hrs dormi razoavelmente bem , pois o ronco do pessoal era muito alto e incomodava muito mesmo com o protetor auricular, tinha um Francês que roncava pior que um porco . O caminho até castrojeriz é muito bonito a temperatura estava em torno de 5 graus , mas logo o sol começou a sair. No caminho veio muitas lembranças da família e principalmente da Luci, da Barbara , trabalho, amigos enfim tudo rolou nesse trajeto. Pude refletir o quanto essa mulher é importante na minha vida , seu amor, sua sabedoria e o seu estado de espírito. Percebi o quanto eu a amo pois Deus colocou uma mulher maravilhosa em meu caminho e nos deu uma filha também maravilhosa a Bá. Também pude entender algumas atitudes da Cida minha irmã que me criou como um filho, o seu senso de responsabilidade comigo e com a minha educação, pois qualquer tipo de problema  ela seria responsabilizada por aquele que não acreditavam que uma empregada domestica e um motorista de ónibus pudesse dar uma educação adequada a uma criança. Como podem ver , veio aflorar nesse percurso, vários conflitos mal resolvidos até o momento. Hoje tenho 44 anos e isso não deveria talves me afetar tanto , porem , veio a tona toda essa historia e melancolia do meu passado e da minha infância. Passado essa melancolia, no caminho passei por vários locais muito bonitos e medievais, tirei algumas fotos e filmei alguns momentos. Chegando em  Castrojeriz fui muito bem recebido pelo hospitaleiro apelidado de MAU ( Maurício ) um italiano que está andando a mais de 25 anos. Ele já caminhou na china, na índia , e já fez o caminho varias vezes. Por opção de vida e desapego ao materialismo , até o momento ele não parou. Hoje ele é hospitaleiro itinerante , ou seja, ele percorre os albergues do caminho e cuidada dos mesmos por um tempo em troca de abrigo e também recebe pelos serviços através de donativos dados pelos peregrinos. Nesse no momento ele cuida do albergue San Estebam que é coordenado pelo hospitaleiro oficial chamado Pablo. A historia de Castrojeriz , embora de origem incerta, uns sustên que visigoda e outros que romana, a sua antiga fortaleza no auto de um outeiro desempenhou um papel na historia de Castela. Este municipio é tão relevante historicamente e entesoura entre os seus monumentos mais de meia duzia de bens de interesse cultural , entre eles o conjunto arquitetonico de suas catedrais, castelos e ruinas . Sua população gira em torno de 500 pessoas. Pois bem, após carimbar a minha credencial, coloquei o meu saco de dormir no beliche e fui tomar banho. Percebi que o joelho continuava inchado. Foi dormir por volta das 21:00 hrs e ao acordar  percebi que meu joelho estava bem inchado e após fazer uma compressa de gelo , passei o Calminez e aguardei até o período da tarde para ver como ficaria a situação. Decidi que vou continuar o caminho partindo de SARRIA e para isso vou pegar um auto bus para Burgos e de Burgos para Leon e depois eu vou para SARRIA.  Abaixo segue algumas fotos do desse percurso.



Ruínas do Convento de Santo António século XV



Nessas ruínas havia uma energia indiscritivel , esse convento foi destruído por uma guerra em castrojeriz

 

Percebam a arquitetura e a altura do pé direito



Essa construção foi feita pelos Cavaleiros Templários no século XII



Isso é o que restou da guerra e hoje faz parte do caminho




Arquitetura simplesmente fabulosa




Nessa foto aparece a Japa que me acompanhou  em alguns dos percursos do caminho




Saída das ruínas em direção a estrada que lega a castrojeriz




Na foto uma voluntária que cuida do espaço e tem um tienda que vende agua , isotônicos, cervejas etc




Essa vista é por traz do convento




Estrada que leva ao pueblo de Castrojeriz





Entrada da cidade de Castrojeriz , vejam no alto a esquerda a ruina de um castelo do Rei de Castrojeriz sec.XIV




Catedral de Castrojeriz , construida no sec.XIII




Vejam melhor as ruinas do castelo do Rei, restos da muralha medieval com silharia reutilizada  da época romana




Catedral de perfil




Essa é a antiga Colegiata  de Santa Maria del Manzano sec.IX 




Entrada da Colegiata




Albergue de Castrojeriz




As vielas do pueblo




Entrada do Albergue, muito confortavel




Fonte para tomar agua e se refrescar




As dependências do Albergue




Peregrinos descansando , esperando passar a Siesta



De Najera a Hornillos del Camino

Esse percurso de 113 kilometros tive que fazer de ónibus, pois  meu joelho já estava muito inchado e não dava para andar. Dormi no albergue de Najera onde fiz varias compressas com gelo e massagem com Calminez para poder amenizar a dor e o inchaço. No dia seguinte estava melhor e eu tinha duas opções sendo que a primeira era dormir mais um dia no albergue e ver como o joelho iria ficar para o caminho do dia seguinte , e a outra era pegar um ónibus até Hornillos del Camino e pernoitar por lá para poder tratar do joelho. Após analise resolvi pegar um ónibus e ir até Hornillos. A próxima etapa seria de Hornillos para Castrojeris sendo 30 kilometros para o dia seguinte e eu passei em preservar para ver o que u conseguiria fazer como joelho naquelas condições. Acordei por volta da 7:00 hrs e comecei a preparar a minha mochila para aquela viajem. O joelho ainda estava inchado e dolorido mas segui em frente rumo a rodoviária. Na rodoviária comprei passagem Hornillos para as 10:00 hrs  e fui tomar um café reforçado . A viagem tem uma duração de de 3 horas pois o ónibus tem muitas paradas em vários pueblos. O ónibus chegou no horário e saímos pontualmente e nesse trajeto pensei muito na situação de caminhar com o joelho machucado e percebi que fiz a melhor escolha. Cheguei em Hormilos por volta da 13:00 hrs e fui diretamente para o albergue, onde fiz o registro na hospitalaria e carimbei a minha credencial e fui diretamente para o meu beliche estender o meu sacode dormir. No albergue já haviam vários peregrinos que já tinham chegado e eles me disseram que nesse trajeto haviam parte do caminho com muitas subidas e logicamente decidas e que eles consideraram de médio esforço.  Tomei um belo banho , fiz uma compressa de gelo e massagem com Calminez e fui com algum esforço conhecer a pequena e pacata cidade de Hornillos. O pueblo é tão pequeno que deve ter no máximo umas 200 pessoas morando naquelas vielas. Após o passeio iniciei o planejamento para o dia seguinte que era percorrer o caminho para Castrojeris. Fui dormi cedo por volta das 20:00 hrs para ganhar energia para o dia seguinte. Tirei algumas fotos interessantes de Hornillos.

Entrada do pueblo de hornillos, acredito que deva ter no maximo 200 pessoas morando nesse pueblo



Placa indicativa do pueblo que faz parte do Caminho de Santiago Compostela



Albergue municipal de Hornillos, feito todo de pedra porem muito aconchegante

Na entreda , todos os peregrino tem de deixar o sapato para fora antes de entrar no albergue isso e tradição



Peregrinos aguardando fora do albergue





A cama de cima é a minha e a debaixo é de uma norueguesa, mas infelizmente não consegui foto dela



Chegou a  hora do descanso , pronto para dormir



Peregrinos se preparando para dormir, alemães, norueguesas, francesas e muitas outras nacionalidades



Peregrinos chegando no Pueblo e com certeza pausa para um descanso



Aqui o bar do Manolo, onde tomei algumas cervejas com Hamon





Peregrinos sem aproveitando o sol, pois não tinha mais nada para fazer no pueblo



Tipos das contruções do pueblo, todas feitas de pedra , casas conservadas a mais de 200 anos

 

Acordei as 6:00 hrs para iniciar o caminho, coloquei a joelheira e segui rumo a Castrojeris



Algumas das belezas desse percurso, mar de trigo, sevada e lavanda, tudo parecia um sonho




No caminho muitas das vezes a sua companheira é a sua propria sombra, seus pensamentos, suas reflexões , enfim o seu proprio "eu".



De Logrono a Nájera

Acordei as 6:00 hrs, o dia estava amanhecendo com uma temperatura por volta de 12 graus e o dia prometia muito sol. A noite foi mais tranquila , fui dormi cedo por volta das 19:00 hrs era de dia pois somente começa a escurecer aqui na Espanha por volta das 21:00 as 22:00 hrs. Portanto consegui descansar bem para essa caminhada que seria ate o momento a maior que eu ia fazer no caminho 30 K. Preparei a minha mochila, tomei um suco e comi uns biscoitos que eu havia comprado no dia anterior . Sai para o caminho e já havia peregrinos caminhando e logo me juntei a eles, cada um no seu ritmo mas todos no mesmo sentido. O meu destino era Nájera que foi uma capital do reino de Nájero-Pamplona entre os anos 918 e 1076 por decisão de Sancho Garcés. Os monumentos da cidade  recordam-nos a uma etapa da sua Historia  com centro cultural da península. Chegando ao albergue me registrei e carimbei a minha credencial e logo fui para o meu beliche. Tomei um belo banho e fui dar umas voltas e comprar alguns biscoitos e chocolates para o café da manhã no dia seguinte . Grande desilusão tudo praticamente fechado por causa da Siesta, encontrei alguns bares porem não ninha os produtos que eu procurava. Tomei 02 cervejas São Domingues, alias uma bela cerveja, bem fraca e gelada. Depois fui para o albergue esperar a hora passar para poder fazer algumas compras de mantimentos para o café do dia seguinte. Abaixo segue algumas fotos

Uma das paisagens do caminho



Essa Japa me acompanhou em alguns caminhos



Yokiu tem 54 anos e faz o caminho pela primeira vez, ela é de Osaka

Algumas vacas encontradas no caminho

Um monumento dedicado aos peregrinos



Um pueblo de passagem de peregrino




Uma vista na hora do descanso, fundo de uma catedral




Peregrinos descansando pois não se tem nada para fazer na hora da tão famosa Siesta que vai das 13:00 as 17:00hrs




Peregrinos arrumando as mochilas para o inicio da jornada




Em alguns albergues tem maquina e secadora de roupa sendo 3 euros para lavar e 02 euros para secar e 1,5 euros o sabão em pedra



Momento de descando e de saco cheio, não tem nada para fazer a não ser ficar de bobeira